O que é cefaleia em salvas?

Cefaleia em salvas (CS) é um tipo de dor de cabeça diferente da enxaqueca e da cefaléia tipo tensional. É definida como uma doença neurológica e é conhecida como uma das piores dores de cabeça que o ser humano pode experienciar. Ao contrário da enxaqueca, afeta mais homens que mulheres, acomete apenas um lado da cabeça, mais na região da fronte e olho, acompanhada de lacrimejamento, vermelhidão nos olhos, entupimento nasal, coriza, suor no rosto e queda da pálpebra. Um aspecto marcante é a ritmicidade das crises, tanto com um período preferencial de ocorrer ao longo do ano, como na sua predileção para atacar à noite.

Histórico da cefaleia em salvas

Admite-se que possa existir a cefaléia em salvas desde que o ser humano existe, mas a primeira descrição conhecida foi feita por um anatomista holandês, Nicolaas Tulp, em 1641.

A cefaléia em salvas já foi conhecida por vários nomes. A partir da descrição mais detalhada de Horton, em 1939, este tipo de cefaléia ficou mais conhecida como cefaléia de Horton, e foi chamada assim por muito tempo. Karl Ekbom, médico Sueco ainda vivo, Lee Kudrow e Robert Kunkle nos EUA foram figuras importantes e, no Brasil, a cefaléia em salvas foi assim batizada pelo dr. Edgar Raffaelli.

Em outros países e línguas a cefaléia em salvas tem outros nomes: cluster headache, em inglês; céphalée en grappe, em francês; cefalee a grappolo, em italiano; Cefalea em Racimos, em espanhol, e, em alguns países de língua portuguesa, cefaléia em cachos. Todos nomes são alusivos ao cacho de uva.

Diagnóstico da cefaleia em salvas

Como o médico faz o diagnóstico de cefaléia em salvas? Infelizmente os sofredores de cefaléia em salvasperegrinam anos e até décadas sem ter um diagnóstico correto. São diagnosticados como enxaqueca, neuralgia do trigêmeo, quando não são taxados de loucos.

A cefaléia em salvas é tão característica e distinta das outras dores de cabeça que o diagnóstico pode ser feito a partir das primeiras palavras do paciente. Em alguns casos, já se pode suspeitar só pelas características faciais, pois alguns deles apresentam o rosto marcado, cheio de rugas; é a chamada fácies “leonina”, e a pele tem aspecto de casca de laranja.

Apesar das características aparentes, o médico faz o diagnóstico de cefaléia em salvas baseado nos seguintes critérios diagnósticos:

a) pelo menos cinco crises preenchendo critérios B a D ;

b) dor forte ou muito forte unilateral, orbitária, supra-orbitária e/ou temporal, durando de 15 minutos a 3 horas, se não tratada;

c) a cefaléia é acompanhada de pelo menos um dos seguintes itens:

1. hiperemia) conjuntival (olho vemelho) e/ou lacrimejamento ipsilaterais (do mesmo lado da dor);

2. congestão nasal e/ou rinorréia (coriza nasal) ipsilaterais;

3. edema palpebral (inchaço nos olhos) ipsilateral;

4. sudorese frontal e facial ipsilateral;

5. miose e/ou ptose (queda da pálpebra) ipsilateral;

6. sensação de inquietude ou agitação.

As crises têm freqüência variante de uma a cada dois dias a oito por dia, se não for atribuída a outro transtorno, ou seja, no caso de um tumor, aneurisma ou outra doença.

Cefaleia em salvas na população

A cefaléia em salvas pode acometer de 0,07 a 0,27% da população geral. Em 9.800 recrutas suecos de 18 anos, aCefaleia em Salvas foi encontrada em 0,09%. Em 21.792 habitantes de San Marino, observou-se 0,09%. Na Dinamarca, os números são ainda maiores: 0,14%. Recentemente, na Itáli,a observou-se uma taxa maior, 279 para 100.000 habitantes, ou seja, 0,27%. Ainda faltam dados para sabermos no Brasil qual a prevalência daCefaleia em Salvas.

Faixa etária e sexo

A cefaleia em salvas é uma cefaléia que afeta principalmente o homem adulto. Um fenômeno recente vem acontecendo na cefaleia em salvas: a mulher ganha espaço não só no mercado de trabalho mas também na quantidade de casos de Cefaleia em salvas. Os primeiros dados sobre a doença apontavam para uma taxa de oito homens para uma mulher com esse tipo de cefaléia, quer dizer que havia 8 vezes mais homens que mulheres comCefaleia em Salvas. Esses números baixaram. Ainda os homens tem mais Cefaleia em Salvas, mas em uma relação menor, de dois a três homens para um mulher.

A idade média de início mais comum é 28 anos, mas a faixa de 20 a 40 anos é geralmente respeitada. Pode ocorrer na infância (raramente) e freqüentemente os pacientes se mantém com crises até as décadas mais adiantadas.

Fatores de risco e desencadeantes dacefaleia em salvas

Alguns fatores são precipitantes de crises e outros fatores são de risco para o aparecimento da cefaléia em salvas.

Tabagismo e etilismo são muito associados a salvas. Geralmente são pacientes que fumam ou já fumaram ou até mesmo são tabagistas passivos. O álcool é um potente deflagrador de crises; em geral o paciente bebe com exageros fora dos surtos e sabe que não pode pôr uma gota de álcool na boca quando em fase de crises.

Altitude, baixa saturação de oxigênio, exposição a solventes, altas temperaturas, muita ansiedade, alterações do ritmo biológico, do ciclo sono-vigília e oscilações do humor são também associadas à Cefaleia em Salvas.

CAUSAS DA CEFALEIA EM SALVAS

Por que ocorre a cefaleia em salvas?

Os mecanismos da cefaléia em salvas são diversos, mas podemos dividir em três grupos ou aspectos: cronobiológico, vascular e oxigenação.

O cronobiológico se dá porque na Cefaleia em Salvasocorre a disfunção de um núcleo (núcleo supraquiasmático) numa região pequena e central do cérebro, o hipotálamo. O núcleo supraquiasmático é nosso relógio biológico. É através dele que ocorre o estímulo para a produção e secreção de melatonina na glândula pineal, substância que é alterada no sofredor de cefaléia em salvas.

O aspecto vascular se dá pelas alterações circulatórias das artérias cerebrais. A oxigenação interfere na cefaléia, pois muitos pacientes apresentam apnéia do sono, uma doença que reduz as taxas de oxigênio no cérebro. Também são fatores de risco o tabagismo e a altitude, ambos pela alteração nos níveis de O2.

Tratamento da cefaleia em salvas

O tratamento da cefaléia em salvas deve ser iniciado unicamente depois de um diagnóstico correto. Deve-se tratar preventivamente, ou seja, evitar que as crises apareçam, e também tratar a crise na hora que ela vem. Como a doença se manifesta por surtos, é interessante fazer um tratamento de transição, com medicamentos ou procedimentos que fazem efeito nas crises, enquanto o tratamento preventivo inicia gradualmente o seu efeito.

Se você tem cefaleia em salvas e gostaria de marcar uma consulta com o Dr Mario Peres ligue para 11 32855726 (Centro de Cefaleia São Paulo) ou no 11 2151-0110 (Hospital Albert Einstein), para saber mais sobre a clínica acesse: Clínica

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31 Replies to “Cefaleia em Salvas”

  1. Olha eu sou crente em Jesus e sofro com este problema cefaleia em salvas ,um dia já não suportando mais as crises que estavam constantes de 2 a 2 horas elas vinham ,falei com minha esposa vá pra igreja hoje e avise os irmão que não fui pois estou com muita dor de cabeça ,hoje não vou tomar remédio nem um ,vou ajoelhar aqui e só levanto daqui quando Deus entrar com providencia me coloquei de joelhos às 3:00 Horas da tarde tendo crise de dor ,quando me levantei era 10:35 da noite fiquei quase quatro anos sem sentir este problema agora apareceu depois de uma gripe muito forte,mais vou clamar ao Senhor e Ele vai mais uma vez resolver este problema pra mim os médicos não tem solução Deus tem.

  2. Tenho cefaleia em salvas, que eu lembro mais de 15 anos , a 2 anos descobri que e cefaleia em salvas, tenho crise a cada 2 anos , fico em torno de 40 dias tendo crise ,so a noite ,dor forte insuportavel , tenho um cisto aracnoide no cerebro ,os medicos dizem que nao tem nada a ver com o cisto, ador e bem no lugar do cisto, faço uso de depakote e predinisona ,so quando começa as crise, me endique medicamento que evite estas crises, ja nao suporto mais !!!

  3. Ola tenho cefaleia em salvas que me ajuda bastante com as crises sao os medicamentos: cloridato de verapamil,sumatriptano (naramig) e cloxazolam 2 mg.E claro acompanhamento médico.

  4. Tenho cefaleia em salvas e não sabia o de que se tratava. Sinto dores frequentes no lado esquerdo da cabeça e nenhum remédio tem efeito.
    Não entendo porque estou vendo milhões de pintas preta quando olho na claridade e quando estou no escuro vejo uma claridade tipo lanterna
    focando de um lado para outro conforme eu pisco com o lho esquerdo.
    Por favor me ajude.

  5. tenho crises de cefaleia em salvas desde os 16 anos mas só fui diagnosticada só aos 23 anos e de la pra cá tive constante crises chegando a durar ate 5 horas, ja faz 7 anos que nao tinha a crise e infelizmente nesse madrugada começou os sinais novemente, ja estou em panico pois sei que minha vida ira se transformar por um ou as vzs mais de 1 mes…. tem alguem aqui tendo crise no momento?

  6. tenho um filho de 11 anos que há 2 anos começou a sentir dor de cabeça diferente pois ela vem e vai e a duração tambem ele foi consultado no hospital das clinicas em BH e falartam em cefaleia em salvas porem encaminharam par o posto d esaude e a dor temse repetido anualmente e eu ainda nao consegui tratamento para ele que esta usando topiramato direto porem acompanhamento medico eu nao consegui pois nao tenho condiçoe sde pagar pelo tratamento. caso tenha alguma orientaçao agradeço

  7. tenho cefaleia em salvas nao aquento mais ler tantas materias cada uma fala uma coisa. acho isso um desrespeito com quem tem cefaleia em salvas pois cada materia fala uma coisa. acho que a medicina deveria dar mais atençao pra cefaleia em salvas

  8. Dr. Sofro de cefaleia em salvas desde 2007. Após o falecimento do meu pai sofri por demais com o inventário e desencadeei a dor após este sofrimento. Começou com vermelhidão nos olhos e um repuxamento logo abaixo do olho esquerdo, em direção da bochecha. Após peregrinar por oftalmologistas, otorrinos, procurei um neurologista, professor da Unicamp, que acertou no diagnóstico. Receitou Depakote ER 500, Dilacoron e ocadil para um sono repousante. Esta combinação me deixava sem qualquer dor. Engordei demasiadamente. Há um ano abandonei o ocadil e reduzi o Depakote para 250 mg. Em 2010, mudei-me de cidade e o novo neurologista tentou trocar de principio ativo: quase enlouqueci com a coriza por um mês. Mudei de neurologista e voltei para o Depakote. Eu não tenho uma dor de cabeça de enlouquecer- o que me incomoda é a dor ocular. Estou pretendendo pedir ao meu neurologista um desmame para eu ver como me sinto sem o remédio. Pergunto:é possível que tomando esse remédio por 07 anos que eu tenha melhorado um pouco? Devo tentar a retirada do remédio?

  9. Minha esposa sofre acredito eu de cefaleia em salvas, mas nenhum medico da região conseguiu diagnosticar, ela já fez varias consultas no interior e gostaria de saber como faço para marcar uma consulta com o Dr. Mario Peres.
    Desde já agradeço

  10. Olá galera eu também tenho cefaleia em salvas foi diagnosticada a 4 anos mas já tenho a 8 estou fazendo tratamento com depakote um comprimido por dia não tomo banho quente mudei minha alimentação e durante a crise que dura 45 minutos de dor extremamente intensa. Quando percebo que vou ter a crise vou para o posto e respiro oxigenio puro durante 20 minutos é o que no meu caso resolve. Mas as vezes acordo já com a cabeça explodindo ai tento relaxar para controlar a dor e sempre tento manter o nariz desobstruído o meu pai também já teve e vez um tratamento e desapareceu.

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