A cefaleia do tipo tensional é também uma cefaleia primária, como a enxaqueca, tem crises de dor de cabeça mais fracas, podem ser mais curtas na sua duração (30 minutos) e podem também ser mais longas (7 dias).
As caracteristicas da cefaleia do tipo tensional são praticamente opostas a enxaqueca, a dor de cabeça ao invés de pulsátil é uma dor de cabeça em peso, em aperto. Costuma ser uma dor de cabeça bilateral, os dois lados da cabeça doem. A dor de cabeça é fraca ou moderada, enquanto na enxaqueca, a dor é mais forte.
Abaixo encontra-se o critério diagnóstico para cefaleia tensional:
| CEFALEIA DO TIPO TENSIONAL |
A | Ao menos 10 preenchendo itens B, C e D |
B | Duração de 30 minutos a 7 dias |
C | Ao menos 2 dos 4 seguointes |
| Dor dos dois lados da cabeça |
| Dor em peso ou aperto (não pulsátil) |
| Intensidade moderada ou fraca |
| Não agravada por atividade física ou esforço |
D | Ambos abaixo presentes |
| Não ocorre náusea nem vomitos |
| Pode haver ou só incômodo com a luz ou só com barulho, mas não os dois juntos |
A enxaqueca e a cefaleia tensional são cefaleias primárias que tem características diferentes, mas que podem coexistir no mesmo paciente.
A dor de cabeça na enxaqueca pode ser pulsátil, de forte intensidade, piora com esforço físico, de um lado da cabeça, acompanhada de incômodo com a luz e barulho, nauseas ou vômitos.
A cefaleia tensional é mais fraca, não apresenta os comemorativos da enxaqueca, veja na imagem abaixo.
Em 1973, Walters e outros colocou em palavras a idéia do “continuum”. Mas, é claro, poucas vezes os pacientes, sofredores de dor de cabeça, lêem diagnósticos nos livros médicos.
A teoria do continuum fala sobre um espectro de manifestações, polarizados em dois lados, de um lado a enxaqueca e de outro a cefaléia tensional. Um mesmo indivíduo pode ter um dia uma crise com intensidade alta, vomitando, com dor latejante, de um só lado da cabeça, tendo que ficar deitado na cama: uma crise de enxaqueca; e outro dia ter uma dor mais leve, em peso, sem latejar, sem náusea, dos dois lados da cabeça, continuando a trabalhar sem tanto problema: é uma crise de cefaléia tensional. E se uma crise for latejante e forte, mas sem náuseas, sem incômodo com a luz e barulho? É enxaqueca ou enxaqueca tensional?
Pois é. Este é um dois maiores problemas na área das cefaléias, porque ao se definir enxaqueca segundo os critérios descritos na tabela, deixamos de diagnosticar um quadro incompleto, sem todas as características, que na verdade, são também tão comuns e incapacitantes que as enxaquecas e cefaléias do tipo tensional. É por isso que hoje chamamos de “provável enxaqueca”.
A teoria do continuum aceita o pólo enxaqueca e o pólo tensional como pontas de uma mesma reta, ou os dois lados da mesma moeda.
A cefaleia tensional tem como causa um excesso de contratura muscular na região cervical, e da toda a musculatura pericraniana, os musculos que estão junto ao cranio, cabeça. Assim como na enxaqueca, a tensão, ansiedade, nervosismo, irritabilidade, stress (estresse) são causadores, deflagram as crises de cefaleia tensional.
O tratamento da cefaleia tensional tem principalmente abordagem preventiva, isto é, evitar que a dor de cabeça apareça. O uso de remédios preventivos é a base do tratamento, mas medidas não medicamentosas como relaxamento, fisioterapia, psicoterapia (principalmente da linha cognitiva comportamental), yoga, exercícios físicos, acupuntura são usados.
Analgésicos devem ser evitados quando a dor de cabeça é frequente, com mais de duas vezes por semana, pois pode causar uma cefaleia de rebote. Relaxantes musculares podem ser utilizados, assim como antidepressivos e também remedios neuromoduladores.